Se engana quem pensa que setor antifraude só é necessário em bancos. Atualmente, as fraudes estão presentes nos mais diferentes segmentos e os criminosos atuam dos mais variados jeitos. E mesmo as empresas que já notaram a necessidade de iniciar um trabalho antifraude nos seus processo, não sabe por onde começar a implantação de um setor antifraude: quais profissionais contratar, quais ferramentas podem ajudar, o que de fato esse setor vai fazer?
As dúvidas são várias e, pra organizar, reunimos alguns pontos que não podem ser esquecidos na hora de montar o seu time e enfrentar a guerra das fraudes, a começar por uma compreensão objetiva do que é um setor antifraude.
O que é e o que faz um setor antifraude?
Fraude, segundo o dicionário português, quer dizer “qualquer ato ardiloso, enganoso, de má-fé, com o intuito de lesar ou ludibriar outrem, ou de não cumprir determinado dever; logro”. E o que se faz para evitar esse tipo de ação?
O setor antifraude é o responsável por monitorar qualquer movimentação que possa ser fraudada e causar prejuízos ou danos ao consumidor e a empresa. O setor pode contar com trabalho manual e, de forma mais eficiente, com tecnologias que vão auxiliar na identificação de fraudes.
Cada segmento e empresa possui diferentes portas de entrada de fraudes e é nesses pontos que o setor antifraude atua. Para que o trabalho seja realizado com sucesso, esse setor é responsável por avaliar, planejar e monitorar números, assim como entender os hábitos dos usuários que costumam passar pelo sistema.
Esse trabalho exige aprimoramento constante, uma vez que os crimes de fraudes mudam e são aperfeiçoados pelos criminosos. Por isso, é importante estar sempre atento às movimentações e ter uma visão ampla, sempre pensando como alguém poderia agir de má-fé em cada situação.
Quem faz o setor antifraude?
Para trabalhar no setor antifraude de uma empresa, não existem requisitos obrigatórios. Geralmente, os profissionais que acabam se especializando em prevenção à fraude são da área do direito e conseguem desempenhar um bom papel nesse segmento. Porém, não é exigido que um setor antifraude seja formado apenas por profissionais com uma única formação.
Profissionais de diferentes formações podem desenvolver habilidades focadas na prevenção à fraude, mas é necessário um estudo frequente e atualização constante. Esses profissionais precisam ter uma capacidade de interpretação de dados, relatórios e números, pois essas análises são fundamentais para a criação de planos de ação para cada empresa.
Geralmente, o trabalho desses profissionais é concomitante ao uso de ferramentas, que monitoram e identificam fraudes de identificação, roubos de contas e afins. Por isso, mais importante do que uma especialização em fraud prevention, é necessário que esse profissional tenha habilidade para aprender o uso de ferramentas, além de ser ágil na tomada de decisão.
Na montagem de um time antifraude, as empresas costumam escolher/contar com algum profissional que já possua experiência ou já tenha participado de mais processos semelhantes em outras empresas, ou ainda, que conheça tão bem os processos daquela empresa que consiga identificar os pontos com mais facilidade. Os demais componentes do time podem ser facilmente treinados e desenvolvidos dentro da própria empresa.
Um ponto muito importante para a seleção de pessoas para a equipe antifraude é a idoneidade. É necessário conhecer bem o profissional, entender seu perfil e ter certeza de que ele trabalhará em prol da empresa.
Quais as ações do time antifraude?
O trabalho do time de prevenção à fraude vai além da identificação de casos. É preciso conhecer os processos e ter uma visão a longo prazo, conseguindo identificar possíveis fraquezas para proteger ainda mais a empresa e os usuários.
Tudo começa pela prevenção e com ela, um sistema de ‘educação’ dos usuário. Através de uma comunicação clara com o cliente desde o primeiro contato, que deixe claro quais são os canais de atendimento e como identificar ações reais da empresa. Internamente, a implantação de ferramentas de inteligência artificial, que oferecem mais agilidade aos processos e maior efetividade de identificação de fraudes podem ser usados.
É importante salientar que a melhora nos processos antifraude não podem comprometer a experiência do usuário, implicando em um tempo maior de cadastro ou de espera do cliente. Isso gerará uma fricção muito grande entre o cliente e o seu sistema, causando muitas vezes a desistência.
Mesmo que se faça de tudo para identificar fraudes logo no onboarding, algumas podem acabar entrando no sistema. A identificação de ações não rotineiras ou suspeitas podem auxiliar na localização de fraudes. O monitoramento dos perfis, através de background check por exemplo, também podem ser fundamentais.
Ao identificar fraudes que conseguiram adentrar o sistema, é possível ajustar os processos para evitar futuras novas ocorrências.
Qual a importância dentro de uma empresa?
A transformação digital tem transformado os hábitos de consumo em todos os segmentos e o número de crimes cibernéticos só tem crescido. Esse tipo de crime costuma gerar grandes prejuízos e pode, inclusive, prejudicar a reputação de uma marca quando acontece.
A implantação de um time antifraude, garante não somente a integridade da marca, mas como a segurança dos usuários, que terão mais tranquilidade nas atividades digitais, cada vez mais comuns no dia-a-dia.
Legislações para acompanhar
Antes de tudo, é importante conhecer as legislações que tenham a ver com esse setor. A principal delas e que envolve todos os segmentos é a LPGD - a Lei Geral de Proteção de Dados. Essa legislação confere aos usuários a propriedade sobre seus dados pessoais, sendo necessário a autorização para consultas específicas. Porém, em alguns segmentos, a legislação também exige o conhecimento prévio sobre o cliente, com a intenção de evitar o financiamento do terrorismo e a corrupção.
A violação da LGPD pode causar sérias consequências às empresas, por isso é fundamental contar com um advogado especialista.